Governador da Bahia sugeriu que apoiadores do ex-presidente fossem "levados para a vala" e recuou após repercussão negativa
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Uma fala polêmica do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, repercutiu intensamente no meio político. Durante a inauguração do novo Colégio Estadual Professora Nancy da Rocha Cardoso, no distrito de Soares, em América Dourada, o governador sugeriu que os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro fossem "levados para a vala".
Jerônimo criticou o ex-presidente ao relembrar sua postura durante a pandemia da Covid-19 e repreendeu seus apoiadores: “Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele e quem votou nele podia pagar também a conta. Fazia no pacote. Bota uma 'enchedeira'. Sabe o que é uma 'enchedeira'? Uma retroescavadeira, bota e leva tudo para a vala”, declarou o governador.
A declaração gerou forte repercussão negativa e foi duramente criticada por aliados e opositores. Jair Bolsonaro reagiu pelas redes sociais, classificando a fala como um “discurso carregado de ódio” e lamentou a ausência de providências legais. “Mas nada aconteceu”, escreveu o ex-presidente, cobrando ações da Polícia Federal, do Supremo Tribunal Federal (STF) e a abertura de inquéritos. “Imagine se um apoiador de Bolsonaro dissesse algo remotamente parecido. Seria manchete, seria prisão, seria processo por ‘discurso golpista’. O padrão é claro: só há crime quando convém ao sistema”, completou.
Outros nomes da política também se manifestaram. O deputado federal Nikolas Ferreira, o ex-candidato à Presidência Padre Kelmon e o deputado baiano Leandro de Jesus se posicionaram contrários à fala de Jerônimo. O deputado estadual Emerson Penalva (PDT) também reagiu: “Concordo com o pensamento do senador Jaques Wagner, que diz que uma pessoa deseja a morte de outro é porque já morreu alguém dentro de si. Nesse momento, eu concordo com o senador Jaques Wagner para dar resposta ao governador Jerônimo Rodrigues."
Diante da repercussão negativa, Jerônimo se pronunciou nesta segunda-feira (6), tentando minimizar a fala e pedindo desculpas. “Quem me conhece sabe, eu sou uma pessoa religiosa, sou uma pessoa de família, não vou nunca tratar qualquer opositor com um tratamento deste. [A fala] foi descontextualizada”, afirmou. Na sequência, explicou: “Eu apresentei anteriormente a minha inconformação, a minha indignação como o país estava sendo tratado.”
O governador também se desculpou diretamente aos eleitores de Bolsonaro: “Se o termo vala e o termo trator foi pejorativo ou foi muito forte, eu peço desculpa. Não foi a minha intenção, eu não tenho problema algum de poder registrar quando há excessos na palavra, movido pela indignação.”
