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Governo brasileiro confirma conversa de Lula e Trump

Foto: Ricardo Stuckert/PR e Reuters

O Palácio do Planalto confirmou nesta terça-feira (23) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma conversa na próxima semana. O convite ocorreu durante um encontro inesperado e breve entre os dois líderes, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, onde participam da 80ª Assembleia Geral.

Segundo a assessoria da Presidência, o diálogo foi “rápido e amistoso”, e Lula aceitou de imediato a proposta. Ainda não está definido se a reunião será presencial ou por telefone. Assessores das duas nações devem iniciar os trâmites para viabilizar o encontro.

Sinal público de Trump

No discurso feito durante a Assembleia, Trump revelou o contato com Lula e manifestou intenção de estreitar relações.

“Encontrei o líder do Brasil ao entrar aqui e falei com ele. Nos abraçamos. As pessoas não acreditaram nisso. Nós concordamos que devemos nos encontrar na próxima semana. Foram cerca de 20 segundos. Conversamos e concordamos em conversar na próxima semana”, disse.

O presidente norte-americano elogiou Lula, afirmando ter sentido “excelente química” no breve diálogo. “Eu gosto dele e ele gosta de mim. E eu gosto de fazer negócios com pessoas de quem eu gosto (...). Isso foi um bom sinal”, afirmou, acrescentando que o Brasil pode “se dar bem” caso trabalhe em conjunto com os Estados Unidos.

Contexto de crise diplomática

A manifestação surpreendeu observadores diplomáticos, já que ocorre em meio a um período de tensão entre os dois países. Desde julho, Washington vem impondo barreiras comerciais ao Brasil, incluindo taxações sobre produtos nacionais, sanções a autoridades brasileiras e críticas a decisões do Judiciário.

Lula, por sua vez, não mencionou o encontro com Trump em seu discurso de abertura da Assembleia Geral, mas criticou sanções impostas pelos EUA.

“O multilateralismo está diante de nova encruzilhada. A autoridade desta organização está em xeque. Assistimos à consolidação de uma desordem internacional marcada por seguidas concessões à política do poder, atentados à soberania, sanções arbitrárias. E intervenções unilaterais estão se tornando regra”, disse o presidente brasileiro.

O possível encontro entre Lula e Trump, portanto, ocorre em um momento de contraste: de um lado, a ofensiva diplomática e comercial norte-americana; de outro, o gesto de aproximação pessoal revelado pelo presidente dos Estados Unidos.