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Foto: Reprodução/Instagram | Ricardo Stuckert/PR |
Nesta quarta-feira (9), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na qual anuncia a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, que está prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto, foi justificada, em parte, por uma suposta perseguição do atual governo ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na correspondência, Trump classificou o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) como "uma vergonha internacional" e alegou que a decisão de adotar a nova taxação foi tomada "em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos".
A tarifa anunciada se aplicará a "todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os EUA, separada de todas as tarifas setoriais existentes", segundo o texto da carta. Ainda de acordo com Trump, o Brasil poderá escapar da taxação caso empresas brasileiras optem por "construir ou fabricar produtos dentro dos EUA".
Na carta, o republicano também criticou o modelo de comércio bilateral, afirmando que a relação entre os dois países é "injusta", embora essa alegação não se sustente com os dados atuais.
"Por favor, entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil, que causaram esses déficits comerciais insustentáveis contra os EUA. Esse déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional", escreveu Trump.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, o Brasil tem registrado déficits comerciais contínuos com os Estados Unidos desde 2009. Nesse período, as exportações americanas ao Brasil superaram as importações em US$ 88,61 bilhões — cerca de R$ 484 bilhões.
Para analistas, a postura adotada por Trump tem motivação geopolítica e busca ampliar seu poder de barganha nas relações internacionais.